SHORT PIRASSUNUNGA & VOLKSWAGEN RUN

Numa leve descida atingir 60km/h de bicicleta; entender qual a sensação de uma pessoa que entra em desespero e morre afogada (ninguém morreu); atravessar correndo a linha de produção de uma fábrica de automóveis; apertar três bicicletas no porta malas de uma range rover; correr muito devagar fazendo muita força; correr quase rápido fazendo pouca força; pedalar em um pelotão numa estrada cheia de buracos; ver um ciclista voando pelo ar e estatelando-se no chão aparentemente sem gravidade; em alta velocidade e morrendo de medo pensar "cuidado ou serei o próximo", e "isto está mais parecendo um video-game". Estas foram algumas das situações pelas quais eu não esperava passar e passei neste último final de semana.

No sábado 19/11 fiz um bate-volta a Pirassununga onde competi o Short-Distance de 950m swin / 22,5km bike / 5,5km run. Como vocês podem ver, depois de quase me desesperar (sim, eu estava exatamente ali onde não dá pra ver nada, e sim eu sobrevivi mesmo sem um braço, e sim na hora eu fiquei bem assustado) eu encaixei uma bela esteira e saí pra pedalar em um pelotão muito agressivo. Fiz tanta força no pedal que quando fui correr já estava completamente esgotado e ao atingir o 3ºkm quis parar por ali mesmo. Foi uma briga interminável comigo mesmo pois eu queria correr concentrando minha atenção em cada gesto da minha passada. No entanto o cansaço mal me permitia executar o movimento e a partir daquele ponto parei de brigar comigo e me deixei arrastar pois já não conseguia pensar em mais nada além da chegada. Foi uma corrida vergonhosa, mas eu ainda tinha todo o fim de semana pela frente. 

Voltei pra São Paulo no fim do dia e as 6h do domingo já me dirigia para a fábrica da Volkswagem em São Bernardo, onde iria encontrar os meus amigos funcinários da SBCtrans para mais um dia de prova na 5ª edição da VWrun10k. Consegue me encontrar na foto abaixo? Estou aí! Talvez você tenha que ampliar a imagem!
Aí sim! Que bela prova! Corri os 10km completamente concentrado em meus movimentos, o que me atrapalhava eram as inúmeras subidas e descidas, nelas era difícil executar os gestos com qualidade, mas quando eu atingia uma reta, era uma delícia. Gostei muito da prova e da maneira como a enfrentei, assim consegui superar o desapontamento do dia anterior e não precisei sofrer para correr bem. Ao final, fiz a prova em 42'13'', que para mim ainda não é um resultado expressivo, mas que ja é o meu melhor resultado em 10km. Tenho feito poucas corridas nessa metragem, esta foi a segunda no ano. Quando eu correr 10km pra 36min aí sim começarei a ficar satisfeito! Até lá, não há segredos, é muito treino!

4ª ETAPA TROFÉU BRASIL

Resolvi descer a Santos na manhã de domingo, e calculei mal o tempo da viajem. Cheguei tão em cima da hora que acabei nadando sem a roupa de borracha. A água estava bem (como um bom piauiense diria) baldeada. O que dificultou ainda mais a natação. Mesmo com transições ruins e com a natação mais de 1 minuto acima do meu melhor tempo, estreei minha roda fechada no pedal e a minha protese na corrida, o que me rendeu mais de 2 minutos se comparado com o resultado obtido em maio. 

Fiquei com o 5º lugar da categoria 25/29 anos, melhorando o meu melhor resultado em mais de 1 minuto. Agora já estou me aproximando dos caras para diputar os lugares mais altos do podio. Hoje (segunda-feira) pela manhã me deparei com uma rachadura gigante no garfo da bike. Acho que falhei na hora de guardá-la no porta-malas. Juntei o cansaço com a pressa de ir embora e resultou no descuido. Mais um bom resultado e um bom aprendizado: a prova só termina quando você (e sua bicicleta) estiver apagando as luzes do quarto, no conforto, limpeza e segurança de sua casa. Hoje descansei, amanhã corro atrás do prejuízo.
Abraço!