No sábado (23/10), depois de nadar e trocar valiosas experiências com outros amputados de braço, eu tive a incrível oportunidade de assistir a esses futuros atletas brincando/treinando juntos aqui em San Diego. Num evento onde a superação ocupa todos os espaços e transborda, ampliando e desafiando as fronteiras da capacidade humana. A energia é tão grande que rapidamente contagia a todos. Eu não escapei dessa, e no domingo corri cheio de motivação e determinação: vou fazer o meu melhor!
A prova foi linda (24/10). Ao longo do percurso as pessoas iam torcendo umas pras outras, era "good job! good job!" sem parar, uma energia muito boa apesar das inúmeras e grandiosas ladeiras. Como eu nunca havia corrido um percurso tão extenso (meia maratona), eu tracei uma meta: queria correr as 13 milhas (21km) pra uma média de até 5min\km. O que daria um total de 1h:45min de prova. As subidas dificultaram bastante as coisas, mas consegui manter uma média legal. Me senti muito bem durante quase todo o percurso. Quando cheguei na metade e dei meia volta, me empolguei e apertei um pouco mais o ritmo. Mas não durou nem 5km, aí o bixo pegou, em vez de forçar pra ir mais rápido passei a forçar pra não ir mais devagar. As pernas começam a travar, os joelhos doem e tudo o que dá pra pensar é em chegar logo. Mesmo assim consegui segurar firme, e toda hora que eu olhava pro relógio e via que a média estava quase chegando em 5min/km eu apertava o ritmo. Resultado: terminei a prova em 1h40min, com uma média de 4'45seg/km.
Muito cansado (3 dias de dor nas coxas)... e muito feliz
(364 sem dor na consciência, "ganhei da série", fiz meu melhor hoje).
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